quarta-feira, 26 de março de 2008

VACINA PARA BIRICOTICO (CACHACEIRO)

NOVA YORK - O uso da versão de liberação prolongada do medicamento naltrexone, usado no tratamento do alcoolismo, reduz a vontade de beber apenas dois dias depois da ingestão da primeira dose da droga, de acordo com um novo estudo. O uso contínuo do remédio facilitaria a adesão aos tratamentos de desintoxicação e à abstinência.

A medicação bloqueia os receptores opiáceos, responsáveis pela sensação de euforia e bem-estar em quem usa drogas, e é aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o uso no tratamento de dependentes químicos. A nova versão, feita para aumentar a adesão dos pacientes, vem na forma injeção intramuscular e foi desenvolvida pelo médico Domenic A. Ciraulo, da Escola de Medicina da Universidade de Boston, nos Estados Unidos.

" A injeção facilitaria a adesão nos tratamentos e motivaria o paciente a manter o foco na transição para uma vida sem o álcool "

Os pesquisadores testaram a nova naltrexone injetável em 600 homens e mulheres alcoólatras que bebiam diariamente. Durante 24 semanas, os participantes receberam duas doses da medicação ou de um placebo. Os participantes também tiveram que se submeter a sessões de terapia.

Comparado ao grupo do placebo, os pacientes tratados com a vacina tiveram uma redução significativa no número de bebidas consumidas a partir do segundo dia de tratamento. A partir do terceiro dia, os participantes que tomaram a vacina de naltrexone diminuíram ainda mais o consumo de álcool quando comparados ao grupo do placebo, e esta baixa ingestão se manteve durante todo o período do estudo.

Para a equipe de Ciraulo, estes resultados são significativos, já que mostram que o medicamento tem efeito rápido e melhora a eficácia dos processos de desintoxicação. Segundo os pesquisadores, a injeção de naltrexone também facilitaria a adesão nos tratamentos de dependência química, como clínicas e os Alcoólicos Anônimos, e motivaria o paciente a manter o foco na transição para uma vida sem o álcool.

FONTE: www.extra.globo.com